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Bumba-meu-boi

O bumba-meu boi é um auto, onde o tema principal é a morte e a ressureição de um boi. O enredo básico do bumba-meu-boi conta a história de um boi de estimação de um fazendeiro rico que é morto pelo empregado negro, Pai Francisco. Pai Francisco mata o boi para atender ao pedido de sua esposa, Catirina, que está grávida e sente desejo de comer a lingua do animal. Descoberto como autor do crime, Pai Francisco confessa e é levado preso. Mas, por intermédio da magia praticada por um curandeiro indígena, o boi ressucita, Pai Francisco é perdoado e tudo termina bem, dando motivo para os cantos, as danças e a alegria. O Bumba-meu-boi é um dos folguedos mais tradicionais do país e existe em quase todas regiões. É encenado durante muitas épocas do ano, com ênfase nos meses de junho, julho e dezembro. No Recife (PE) é conhecido como boi calemba, bumbá; no Maranhão, Pará e na Amazônia como boi de Reis, boi bumbá; nas Alagoas aparece em Porto das Pedras como três pedaços. Em Santa Catarina consagrou-se como o boi de mamão, boi de pano, boi mamão ou boi de jacá. No Brasil não se brinca com o animal de verdade e sim com um cuja armação é feita de taquara, buriti ou ripas finas de madeira e em cuja estrutura interna leva um homem - o tripa - responsável pela animação do animal durante os festejos. Essa estrutura é fixada a uma caveira de boi ou de vaca, com chifres. Em seguida, a cabeça do animal é finamente trabalhada com tecidos de qualidade, como o veludo, enquanto o corpo recebe uma cobertura de pano colorido. Chama especial atenção os bordados, onde linhas coloridas, vidrilhos, paetês e canutilhos compõe a imagem de santos, de figuras da História do Brasil e muitas mais. Alguns autores vêem o bumba-meu-boi como uma festa onde os papéis sociais, tradicionalmente atribuídos nas regiões periféricas e rurais aos diferentes grupos étnicos, evidenciam-se: o proprietário do boi é um branco; o negro é quem vai roubá-lo - por uma causa nobre - e o indígena o ressucita com seus poderes mágicos. Segundo pesquisa de Carlos de Lima publicada na Revista Brasileira de Folclore, Pai-Francisco (...) é o palhaço e o vilão da estória e, nessa qualidade, faz cenas de morrer de rir, como a da prisão e interrogatório. Mãe-Catarina, a esposa do Pai Francisco é sempre interpretada por um homem vestido de mulher. Para curar o boi os "doutores" proferem diagnósticos esdrúxulos e incríveis receitas. Conforme observou a estudiosa Lélia Gonzalez, destacam-se cinco distintas partes no bumba-meu-boi: o guarnicê (guarnecer), espécie de chamada geral efetuada perto do local onde o boi se exibirá; a chegada; o elogio do boi e a louvação a São Jorge e a São Pedro; o auto propriamente dito e a ruidosa e festiva despedida. No bumba-meu-boi, além do canto, tem papel fundamental na música: pandeirões, zabumbas, tinideiras, pandeiros, bombos, matracas, tambores, tambor de onça (cuíca grande que imita a voz do boi) e, nos bois de orquestra, saxofone, banjo, clarinete e flauta. No sul do país aparecem ainda a sanfona e a harmônica ou gaita de fole. O Boi Bumbá, de Parintins, PA, é uma das versões desta festa que mais se destaca na atualidade inovando em muitos aspectos. É uma festa vibrante e colorida, onde integrantes de dois grupos rivais se enfrentam numa arena disputando a atenção do público. Nessa encenação os personagens indígenas centralizam a trama. Pela intensidade, riqueza de adereços e grandeza, tem sido comparada ao carnaval carioca. O Boi Bumbá constitui um exemplo da forte capacidade de adaptação e mudança desta festa e no Maranhão.

OBRAS
  • Mané das batata
  • Mané Pikinino
  • O morto carregando o vivo
  • Pigmeu
  • Roda de Bumba-meu-boi
  • Boi de bumba
  • Boi do Bumba
  • Bumba-meu-boi
  • Entalhe do boi da cara preta

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