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Folia de Reis

Folia, descreve Luís de Câmara Cascudo no Dicionário do Folclore Brasileiro (1988), era "uma dança rápida ao som do pandeiro, acompanhada de cantos". Posteriormente, o termo passou a ser usado para identificar os grupos de homens que acompanhavam com música e cantos o ciclo do Divino Espírito Santo, exibindo seu símbolo - a bandeira com a pomba branca - e carregando outros objetos devocionais associados à figura sagrada. Também recebem o nome de "folia", no Brasil, os grupos de pessoas que pedem esmolas para a Festa do divino ? Folia do Espírito Santo ? ou para a Festa dos Reis Magos ? Folia de reis. A Festa e a folia do Divino foram trazidos ao Brasil no século XVI, no início da colonização. A realização da folia se dá no período compreendido entre a Ascensão dos Santos e o Domingo de Pentecostes, que é o dia do Espírito Santo. Folia do Divino ou Festa do Divino são quase sempre tomadas como sinônimos. Entretanto, a folia designa uma parte da festa que, apesar de importantíssima, conserva uma certa independência em relação ao conjunto de festividades que integram a Festa do Divino propriamente dita. Em geral, uma festa é precedida por vários meses de realização de diferentes folias, que têm caráter menos formal, sem data marcada para sair, e visam estimular as doações que tornarão possível o banquete e as demais festividades do grande evento. Atualmente, as Festas ou folias do Divino realizadas nas cidades de Pirenópolis (GO) e Parati (RJ) já transcendem o caráter de festa religiosa, tendo se tornado centros de atração turística. Devido à época em que são celebradas e ao fervor inspirado pelo Espírito Santo, essas festas acabam sendo palco de múltiplas manifestações folclóricas e religiosas, tais como: cavalhadas, moçambique, pau-de-fita e outras.

OBRAS
  • Folia de Reis
  • Folia de Reis

Often represented in folk art, festivals inspire sculpture and original models that celebrate the charm and appeal of Brazilians for music, dance, for getting together and colorful visual appeal. The apotheoses of moments at popular festivals include: Carnaval, New Year's celebrations, the harvest celebrations in June and festivals and those linked to both to the Catholic Church and Afro-Brazilian religions. The themes of the sculptures and models, created in clay and/or wood, are drawn from both the large festivals such as the Bumba-meu-boi, Carnaval, Maracatus, the pastorals, Kings Days etc… as well as smaller gatherings of people with to celebrate someone or an event of some kind. Although the larger festivals take place on specific dates in some states in Brazil - Bahia, Pernambuco and Maranhão, for example – some can extend for weeks - sometimes the whole month. Because of Brazil's continental size, we sometimes say that "there is always a party" because, as pointed out by the anthropologist Roberto Da Matta, somewhere there will always be a saint to celebrate, a football victory or just, "the refusal to accept the solitary nature of modern life.”  We call attention to the brief, general nature of the texts that accompany the works in this sector. They present in a summary description of the festivals that are actually quite complex.

Muito representadas na arte popular, as festas deram origem a esculturas e modelagens originais, que celebram o encanto e o apego dos brasileiros pela música, pela dança, pelo encontro e pela visualidade alegre. Os momentos apoteóticos das festas populares têm sido considerados o Carnaval, as comemorações do Ano Novo, as festas juninas e aquelas ligadas à Igreja Católica e às religiões afro-brasileiras. As esculturas e modelagens, criadas em barro ou madeira, tematizam tanto as grandes festas, como o bumba-meu-boi, o carnaval, os maracatus, os pastoris, as folias-de-Reis etc., como as reuniões de pessoas com o propósito de celebrar algo ou alguém. Ainda que as principais festas coletivas aconteçam em datas estipuladas, em alguns estados brasileiros – como a Bahia, Pernambuco ou o Maranhão –, as mais concorridas podem se estender e chegam a durar semanas inteiras – às vezes, o mês todo. Devido às proporções continentais do Brasil, pode-se dizer que “vivemos em festa”, pois, como sublinha o antropólogo Roberto Da Matta, em algum lugar sempre estará sendo celebrado um santo, uma vitória no futebol ou, apenas, “a recusa da solidão da vida moderna”. Chamamos a atenção do público para o caráter sintético e geral dos textos que acompanham as obras neste setor. Eles apresentam de maneira sumária festas que, na realidade, são bastante complexas.